Nunca mais será como antes!
A pandemia da Covid-19 impôs aos cursos presenciais da educação superior um desafio que nem o mais radical defensor da implantação do Ensino-Aprendizagem Mediados por Tecnologia poderia conceber.
POR AMANHECER DA NOTICIAS
As aulas presenciais foram suspensas e, poucos dias depois, os campi estavam fechados — a qualidade da resposta das instituições de ensino frente à nova realidade deixo claro quais já vinham atuando na estruturação de um novo mindset em suas comunidades (corpo discente, docente e técnico-administrativo).
São inegáveis a importância do engajamento da comunidade e os investimentos em infraestrutura para atender as demandas em tão pouco tempo, mas é também inegável que a qualidade da resposta está diretamente relacionada com a pré-existente maturidade da comunidade (mindset) sobre o Ensino-Aprendizagem Mediados por Tecnologia - EAMT. Essa maturidade é fruto de resiliência e tempo; não há força bruta que a "conquiste" ou recurso financeiro que a "compre".
Ressalta-se que a estratégia de EAMT adotada pelo Instituto Mauá de Tecnologia carrega em seu cerne as atividades didáticas síncronas, agora remotamente ministradas pelo seu corpo docente sendo esse um dos pontos que a diferencia da estratégia de Ensino a Distância (EaD) comumente praticada e já amplamente difundida no Brasil.
A análise dos resultados obtidos até o presente momento com nossos cursos deixa evidente que, mesmo com o fim da imposição do isolamento social, que mais cedo ou mais tarde certamente virá, não haverá o completo retorno à situação que vivíamos nos cursos presenciais antes da pandemia. Descrevo a seguir os três pontos que, de imediato, levam-me a fazer tal afirmação.
O primeiro ponto, e mais facilmente perceptível, está na experiência vivenciada por toda a comunidade no intenso uso da tecnologia como "meio" para o processo de ensino-aprendizagem, nunca perdendo o foco no "humano", pois assim defendemos nossa visão do que vem a ser a transformação digital.
Do aspecto humano tem-se a ligação para o segundo ponto. As limitações do isolamento social forçam-nos a repensar nossas habilidade socioemocionais e sua importância em nossas vidas. Aspectos outrora encobertos pela frenética corrida do dia a dia, agora estão sob holofotes e o autoconhecimento recebe sua posição de destaque. Incompletas serão as instituições de ensino que insistirem somente na formação técnica do profissional, relegando os aspectos comportamentais e deixando de oferecer oportunidades para a formação do indivíduo e do cidadão.
O terceiro ponto, mais sutil que os anteriores, mas tão importante quanto, vem da releitura do que é um campus universitário. O entendimento de que o campus se estende muito além de um conjunto de salas de aulas e laboratórios bem equipados ganha força à luz das muitas ações nascidas em nossa instituição com o objetivo de combater os negativos efeitos da pandemia.
Caracterizadas pela colaboração de diferentes áreas do conhecimento e pela ligação com os mais diversos atores da sociedade, essas ações explicitam o papel nexialista de nossa filosofia e tornam evidente que o principal papel do campus é oferecer o adequado "meio líquido" de conexões que culmina numa grande oferta de oportunidades. A segmentação do campus em silos herméticos mostra-se arcaica e pouco efetiva. A convivência dentro da própria comunidade e com a sociedade em geral, antes subvalorizada por sua facilidade, tende a receber mais atenção por parte de todos.
A pandemia irá acabar, os campi serão reabertos, a comunidade retornará a interagir pessoalmente, mas o ensino superior nunca mais será como antes!
José Carlos de Souza Junior - Engenheiro Elétrico, com ênfase em eletrônica pela Escola de Engenharia Mauá; mestrado em Engenharia Elétrica e doutorado em Engenharia Elétrica. Atualmente é professor titular do Instituto Mauá de Tecnologia, onde atua como Reitor.
Renegociação de contratos de locação comercial diante da crise do coronavírus
POR AMANHECER DA NOTICIAS
As aulas presenciais foram suspensas e, poucos dias depois, os campi estavam fechados — a qualidade da resposta das instituições de ensino frente à nova realidade deixo claro quais já vinham atuando na estruturação de um novo mindset em suas comunidades (corpo discente, docente e técnico-administrativo).
São inegáveis a importância do engajamento da comunidade e os investimentos em infraestrutura para atender as demandas em tão pouco tempo, mas é também inegável que a qualidade da resposta está diretamente relacionada com a pré-existente maturidade da comunidade (mindset) sobre o Ensino-Aprendizagem Mediados por Tecnologia - EAMT. Essa maturidade é fruto de resiliência e tempo; não há força bruta que a "conquiste" ou recurso financeiro que a "compre".
Ressalta-se que a estratégia de EAMT adotada pelo Instituto Mauá de Tecnologia carrega em seu cerne as atividades didáticas síncronas, agora remotamente ministradas pelo seu corpo docente sendo esse um dos pontos que a diferencia da estratégia de Ensino a Distância (EaD) comumente praticada e já amplamente difundida no Brasil.
A análise dos resultados obtidos até o presente momento com nossos cursos deixa evidente que, mesmo com o fim da imposição do isolamento social, que mais cedo ou mais tarde certamente virá, não haverá o completo retorno à situação que vivíamos nos cursos presenciais antes da pandemia. Descrevo a seguir os três pontos que, de imediato, levam-me a fazer tal afirmação.
O primeiro ponto, e mais facilmente perceptível, está na experiência vivenciada por toda a comunidade no intenso uso da tecnologia como "meio" para o processo de ensino-aprendizagem, nunca perdendo o foco no "humano", pois assim defendemos nossa visão do que vem a ser a transformação digital.
Do aspecto humano tem-se a ligação para o segundo ponto. As limitações do isolamento social forçam-nos a repensar nossas habilidade socioemocionais e sua importância em nossas vidas. Aspectos outrora encobertos pela frenética corrida do dia a dia, agora estão sob holofotes e o autoconhecimento recebe sua posição de destaque. Incompletas serão as instituições de ensino que insistirem somente na formação técnica do profissional, relegando os aspectos comportamentais e deixando de oferecer oportunidades para a formação do indivíduo e do cidadão.
O terceiro ponto, mais sutil que os anteriores, mas tão importante quanto, vem da releitura do que é um campus universitário. O entendimento de que o campus se estende muito além de um conjunto de salas de aulas e laboratórios bem equipados ganha força à luz das muitas ações nascidas em nossa instituição com o objetivo de combater os negativos efeitos da pandemia.
Caracterizadas pela colaboração de diferentes áreas do conhecimento e pela ligação com os mais diversos atores da sociedade, essas ações explicitam o papel nexialista de nossa filosofia e tornam evidente que o principal papel do campus é oferecer o adequado "meio líquido" de conexões que culmina numa grande oferta de oportunidades. A segmentação do campus em silos herméticos mostra-se arcaica e pouco efetiva. A convivência dentro da própria comunidade e com a sociedade em geral, antes subvalorizada por sua facilidade, tende a receber mais atenção por parte de todos.
A pandemia irá acabar, os campi serão reabertos, a comunidade retornará a interagir pessoalmente, mas o ensino superior nunca mais será como antes!
José Carlos de Souza Junior - Engenheiro Elétrico, com ênfase em eletrônica pela Escola de Engenharia Mauá; mestrado em Engenharia Elétrica e doutorado em Engenharia Elétrica. Atualmente é professor titular do Instituto Mauá de Tecnologia, onde atua como Reitor.
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